esse ano as minhas férias começaram diferente de todas as outras da minha vida. ao invés da alegria geral comum desses momentos, meu coração estava apertado.
aquela primeira manhã de junho era também o dia de encerrar oficialmente nossa estadia em paris. hora de fechar o nosso tão querido apartamento da couedic para nunca mais voltar ali.
drama.
última olhada pela janela da cozinha pra contemplar a pacata vista que me acompanhou em tantas reflexões, alegrias e alguns poucos choramingos. adeus toalha de bolinhas coloridas, pano de fundo de tantos jantares e cafés da manhã saborosos. aurevoir aos nossos adesivos e à nossa cômoda done ourselves. tchau para aquele cantinho que virou a nossa casa, onde fomos incrivelmente felizes.
tranquei a porta do nosso pequeno chatêau aos prantos. a cena foi tão novelística que, agora que tudo passou, virou piada.
e foi assim, atordoada que embarquei para quinze dias de férias, muito desejadas e planejadas com carinho, mas que temia que perdessem o "brilho" por conta de toda essa confusão emocional.
que nada. foi sensacional.
desconfio que tudo começou logo que entrei na primeira padaria em lisboa e dei de cara com uma "pêra de frango", nada mais nada menos que a nossa coxinha. delírio.
mais do que isso, na padaria tinha suco de laranja natural, e um gerente com uma camisa de manga curta listrada e um óculos de armação dourada. na parede, colados com durex, avisos impressos caseiramente e corrigidos com caneta bic anunciavam as promoções, os preços, os horários de funcioamento. era lisboa, mas poderia muito facilmente ser são paulo. e eu adorei.
depois, flanando pelos morros da cidade, observando o tejo e as construções que nos são tão familiares me senti no rio de janeiro, em salvador, no recife. delicioso.
daí, logo no dia três teve o (re) encontro com o atlântico. lindão, azulão e sem fim. há anos (sério!!) eu não presenciava um horizonte sem fim. e fiquei pensando que logo ali do outro lado estava tudo (todos) o que me importa na vida.
em sevilla, o calor de 30 graus, o céu azul sem nuvens e as palmeiras me lembraram moreré. e lembrar de moreré é sempre muito prazereoso. as inúmeras e divertidíssimas rodadas de tapas e cervejas (chopp a 1.10!!!!!) me fez lembrar dos amigos (sempre) e pensar que qualquer balada na companhia deles fica 500% mais interessante.
na sequência, barcelona. linda, caprichada, jovem, morena e gostosa. praia, descontração, chinelo de dedo e frutas (mais) baratas.
no final da viagem, eu já cantava joão gilberto no chuveiro (eu vim da bahia, e um dia eu volto pra láaaaaa), estava de novo usando brincões e pensando que balada fazer no próximo fim de semana com as minhas meninas. :)
quando percebemos, tinha se passado quinze dias. de SOL. evento cósmico NUNCA vivido em paris.
eu já sabia que viajar tinha propriedades terapêuticas, mas duvidei que ia dar tão certo dessa vez.
então é isso, FEFE RESTARTED,pronta para o brasil.