ça y est, c'est finit!

vendredi 19 juin 2009


na minha tentativa de me despedir de paris, me dei conta que seria impossível. simplesmente porque é impossível viver em quinze dias o que se viveu em dois anos.

passar por todos os lugares especiais, fazer todas as caminhadas preferidas, comer todas as coisas gostosas, ir em todas as lojinhas fofas, sentir de novo tudo o que foi sentido.

e assim como a minha paris não cabe em quinze dias, ela também não poderia caber num único post de despedida.

o que paris foi pra mim está no blog inteiro, nas minhas fotos do flickr, no meu guarda-roupa, no fato de eu ter me transformando numa pessoa que come de (quase) tudo. na cumplicidade absurda que existe hoje no meu casamento e certamente na maneira como hoje eu vejo o mundo e vida.

paris faz parte de mim.

foi incrível. sensacional. espetacular. dez anos em dois.

a despedida desse tempo é difícil. mas é aquilo...

we will always have paris.


obrigada pela preferência e pela companhia. cada comentário aqui encheu meu coração de alegria.

é isso, o parishuffle também termina aqui. foi uma boa brincadeira.

aurevoir!


madeleine

mardi 16 juin 2009


há anos atrás, minha querida amiga veio para europa e me trouxe o melhor presente ever: um guia de viagens europeu cheio de post-its com indicações, historinhas e fofices.

cansei de me debruçar sobre ele imaginando as mil viagens que queria fazer pelo continente (e ainda quero!)...

ali, nas dicas sobre paris dizia para eu ir à madeleine, a igreja que "parece um templo romano" e da qual ela tinha gostado muito.

logo nos primeiros dias aqui, em meio a aflição geral e irrestrita, fiz minha primeira visita à madeleine. e entrando ali, naquele templo megalomaníaco construído pelo napoleão, senti paz pela primeira vez em paris.

talvez porque lembrei do carinho enorme e confortante que a minha amiga querida tem por mim. talvez porque o silêncio e a má iluminação te deixem sentir livremente o que você está sentido. enfim...

ali eu voltei pelo menos uma vez por mês enquanto estive aqui. bem carola mesmo. rezei, agradeci, pedi e acendi velhinhas. foi pra lá que eu corri nos momentos mais difíceis e foi lá, quietinha, que eu avaliei cada mês que a gente viveu aqui. um ritual gostoso, que se tornou importante pra mim.

ontem eu fui à madeleine. pela última vez antes de partir. era um momento especial. de "closure".

subi as escadinhas, olhei pra trás pra ver ao longe a concorde e a assemblé. entrei.

ao invés do silêncio habitual, havia um concerto. uma orquestra de jovenzinhos tocava lindamente. bizet, ravel, hayden....lindo, magique. um presente.

agradeci. chorei. de felicidade. se eu me apaixonei por paris, tenho a impressão que ela também se apaixonou por mim.

minhas férias


esse ano as minhas férias começaram diferente de todas as outras da minha vida. ao invés da alegria geral comum desses momentos, meu coração estava apertado.

aquela primeira manhã de junho era também o dia de encerrar oficialmente nossa estadia em paris. hora de fechar o nosso tão querido apartamento da couedic para nunca mais voltar ali.

drama.

última olhada pela janela da cozinha pra contemplar a pacata vista que me acompanhou em tantas reflexões, alegrias e alguns poucos choramingos. adeus toalha de bolinhas coloridas, pano de fundo de tantos jantares e cafés da manhã saborosos. aurevoir aos nossos adesivos e à nossa cômoda done ourselves. tchau para aquele cantinho que virou a nossa casa, onde fomos incrivelmente felizes.

tranquei a porta do nosso pequeno chatêau aos prantos. a cena foi tão novelística que, agora que tudo passou, virou piada.

e foi assim, atordoada que embarquei para quinze dias de férias, muito desejadas e planejadas com carinho, mas que temia que perdessem o "brilho" por conta de toda essa confusão emocional.

que nada. foi sensacional.

desconfio que tudo começou logo que entrei na primeira padaria em lisboa e dei de cara com uma "pêra de frango", nada mais nada menos que a nossa coxinha. delírio.

mais do que isso, na padaria tinha suco de laranja natural, e um gerente com uma camisa de manga curta listrada e um óculos de armação dourada. na parede, colados com durex, avisos impressos caseiramente e corrigidos com caneta bic anunciavam as promoções, os preços, os horários de funcioamento. era lisboa, mas poderia muito facilmente ser são paulo. e eu adorei.


depois, flanando pelos morros da cidade, observando o tejo e as construções que nos são tão familiares me senti no rio de janeiro, em salvador, no recife. delicioso.

daí, logo no dia três teve o (re) encontro com o atlântico. lindão, azulão e sem fim. há anos (sério!!) eu não presenciava um horizonte sem fim. e fiquei pensando que logo ali do outro lado estava tudo (todos) o que me importa na vida.

em sevilla, o calor de 30 graus, o céu azul sem nuvens e as palmeiras me lembraram moreré. e lembrar de moreré é sempre muito prazereoso. as inúmeras e divertidíssimas rodadas de tapas e cervejas (chopp a 1.10!!!!!) me fez lembrar dos amigos (sempre) e pensar que qualquer balada na companhia deles fica 500% mais interessante.

na sequência, barcelona. linda, caprichada, jovem, morena e gostosa. praia, descontração, chinelo de dedo e frutas (mais) baratas.

no final da viagem, eu já cantava joão gilberto no chuveiro (eu vim da bahia, e um dia eu volto pra láaaaaa), estava de novo usando brincões e pensando que balada fazer no próximo fim de semana com as minhas meninas. :)

quando percebemos, tinha se passado quinze dias. de SOL. evento cósmico NUNCA vivido em paris.

eu já sabia que viajar tinha propriedades terapêuticas, mas duvidei que ia dar tão certo dessa vez.

então é isso, FEFE RESTARTED,pronta para o brasil.

 
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