entendendo o caracol

lundi 30 juillet 2007

eu disse que gosto de mapas...

já reparou que o mapa de paris é um escargot? pois é, surreal, mas os caras organizaram a cidade em um caracol. definiram e nomearam (numeraram, na verdade) os bairros do centro pra fora, em uma espiral. e é perfeitinho. depois que vc entende, fica muito fácil se localizar por aqui.

eles tb dividem a cidade entre rive droite e rive gauche, o lado direito e esquerdo do rio. olhando o mapa aí do lado, rive droite é a parte de cima. onde ficam o louvre, a champs-elysée, montmatre (o bairro da amélie poulain e da eva..hihih), o bairro africano lá em cima, o marais que é o pedaço equivalente aos jardins de sp, o parc de la vilette, o canal st. martin, a bastille. do outro lado, ficam as universidades, o jardim de luxemburgo, st. germain que é o pedaço equivalente ao shopping iguatemi de sp, a torre eiffel, o bairro vietinamita, a maior concentração de cinemas e livrarias da cidade.


mas ainda tem mais um jeito de entender paris, que é dividir o caracol em esquerda e direita, mas com uma linha vertical, não pelo rio. não é tão preciso, mas assim é possível ter do lado esquerdo a parte pomada, e do direito, a parte mais descoladinha, mundrunguinha. :)

isso quer dizer que as baladinhas mais a nossa cara ficam no 18, 19, 10, 11 e 13 (os botecos, os restaurantes bons e baratos, as lojas mais legais e acessíveis). e a alta pomadagem parisiense fica no 8, 7 e 16 (as lojas de alta costura, os apês com vista pra torre, os hotéis mega).

o marais, que é o nome que se dá pro 3 e pro 4, e fica bem no meio dessa divisão, é uma boa mistura dessas duas paris (lojas caras, mas restaus legais)...e eu adoro andar por lá. :)

google maps de bolso

tive dois brinquedos que marcaram a minha infância: uma casinha de bonecas (para as minhas fofoletes!) que a minha mãe fez, com capricho e amor que só ela tem; e o outro, um mapa-mundi que trazia informações sobre a moeda, religião, e população de cada país do mundo. esse último, era tb o brinquedo preferido do meu pai, hihihi. é sem dúvida por influência dele, que eu adoro mapas. adoro! desde pequena.

e por isso, vibrei quando descobri que o guia de ruas de paris cabe no bolso!

sabe aquele guia super detalhado com todas as ruas de sp, gordão, que só dá pra ter no carro, e que sempre fecha pq é muito pesadão e vc acaba perdendo a página? pois é, o equivalente de paris é micro, leve e tem uma cara meio vintage. fino! :)


afinal, é um
a cidade com proporções bem pequenas, apenas 20 bairros, 12 km de comprimento no seu eixo mais largo e a rua mais longa tem 2,8 km!

é de longe a melhor compra que fiz até agora e o meu brinquedo preferido do momento. ando com ele o tempo todo, e me sinto super poderosa. posso achar qualquer cantinho da cidade com ele! em segundos!

marie antoniette

mardi 24 juillet 2007


uma das tardes mais gostosas da minha vida foi passada nos jardins do castelo de versailles, no comecinho do mês. foi um dos raros dias de sol (parece que o verão não veio pra cá esse ano), mas com temperatura amena, tipo regata e casaquinho levinho. céu azul com nuvens gordas, o meu preferido.

é engraçado pq o castelo, imenso, fica hoje bem no meio da cidade de versailles (30 minutos de paris). pra dar uma idéia, tem um semáforo de três fases bem na frente do portão. mas uma vez lá dentro, não há sinal de século 21 (nem 20, nem 19...hihihi), a não ser pelas máquinas fotográficas e ipods.

o plano não era entrar (as filas são enooormes em julho), mas passar a tarde no jardim à la maria antonieta. e assim fizemos. e foi incrível.

bom, primeiro, se o castelo é imenso, o jardim é colossal! jamais podia ter imaginado que era tão grande. e é lindo, maravilhoso. um desenho, e tem milhares de cantinhos especiais, de detalhes, de caprichos. e, nesse época do ano, está inteiro florido. fiquei pensando que só aquele jardim já era motivo suficiente pra se fazer a revolução, imagine o povo com fome e a galera fazendo arbusto em forma de bolinha...

ali, num desses pedacinhos especiais, encontramos o hameau de la reine, que é aquele refúgio que a maria antonieta mandou construir pra ela e para os filhos, com o intuito de viver uma vida "mais natural" (quem viu o filme sabe!). é um conjunto de casinhas lindas estilo "conto de fadas" construidas na beira de um lago, onde funcionava uma espécie de fazendinha. lá, além de brincar de camponesa, ela podia se esconder dos olhares da corte francesa.

é interessante, pq o hameau é, na verdade bem perto do castelo, mas, é completamente diferente de lá. as casas são simples, os jardins não são simétricos, os caminhos não são determinados. é aconchegante e não suntuoso. feito pra fugir. ui! devia ser duro dar conta de ser rainha da frança.

a nossa tarde, pelo contrário, foi só coisa boa. andamos muito, alugamos umas bikes (é muito divertido andar de um lado do lago e ver que o outro lado, lá longe, é exatamente igual...tipo um espelho!), fizemos picnic sentados na grama, brincamos um monte. delícia.

fiquei com vontade de voltar lá nas outras estações do ano. pra ver como ele vai mudando.

hummm...


acho que umas das coisas mais especiais da experiência de viver em outro país é conseguir manter um olhar de viajante, mesmo tendo uma rotina. como tudo é muito novo, os sentidos e as curiosidades permanecem aguçados como se sempre fosse férias. e fico pensando que quando a gente está assim, nesse estado de "atenção", conseguimos estar mais presentes. sem ficar muito especulando sobre o futuro, ou minhocando teorias malucas do "e se fosse de outro jeito....".

hummm...tudo bem que eu ainda estou meio de férias, né? fica fácil. não sei se o tuba pensa a mesma coisa. :)


velib

lundi 23 juillet 2007

a prefeitura de paris lançou na semana passada um programa chamado velib (vélo + liberté), que é simplesmente incrível.

são cerca de 10.000 bicicletas públicas disponíveis em sei lá quantos estacionamentos por toda a cidade. o objetivo é incentivar o uso da bike como transporte público mesmo, para ir pro trabalho, no super, pra escola, pro cinema. vc pode fazer um cartão anual que custa 29 euros, ou pagar só por um dia ou uma semana (1 e 5 euros respectivamente), opção mais interessante para quem está só de passagem.

enfim, é um sucesso! a cidade inteira está andando de bike!!!

hoje, nos juntamos aos turistas e parisienses e voltamos para casa de velib, após uma visita ao pompidou (maravilhoso!). eram umas nove e meia da noite, começava a anoitecer, temperatura perfeita de 23 graus, predinhos velhinhos, ruazinhas lindas, maior lua no céu....

domingão vidaboa.

madame, vous êtes belle

vendredi 20 juillet 2007

tenho preferido me locomover de ônibus por aqui. por uma questão de claustrofobia (me sinto dentro de uma caixinha no mêtro :S) mas tb pq a graça do ônibus é poder ver a cidade. vou sentadinha, com o meu "plan de paris" na mão, acompanhando o caminho, descobrindo como se juntam os mapas, vendo os restaurantes que ficam cheios, as ruas mais simpáticas. é bem divertido.

outro dia fui pegar o ônibus aqui perto de casa, e no ponto tinham duas meninas de mais ou menos uns 9 anos. negras, cabelos com trancinhas na maior ferveção, cantando alto um rap francês. causando. pq aqui na rua todo mundo é muito discreto, cada um cuidando da sua vida (fora os artistas de rua e os maluquinhos). achei engraçado, fui chegando devagar, dei uma risadinha. elas pararam de cantar, fiquei com a impressão que fecharam a cara. daí a mais gordinha me chamou, falando alto, mas no maior respeito: "madame!". eu olhei e ela soltou um: "vous êtes belle." bonitinha demais!!

na sequência, antes mesmo de eu poder agradecer o elogio, elas começaram a cantar alguma coisa parecida com um funk carioca. :)

intro

jeudi 19 juillet 2007

ctrlc+ctrlv (com edição) de um email que mandei para uma pessoa muito querida sobre as primeiras impressões daqui:

a cidade é uma loucura!! a primeira impressão que tive quando passamos uma semana aqui, no já longíquo mês de junho, foi bem punk. tremi. achei muito suja, com muita pomba, muita gente, o metro super baixo astral. dei chilique, chorei. um horror. daí vieram as férias (alemanha + inglaterra), tempo pra trabalhar um tantão a cabeça, e conseguir voltar com o coração mais aberto.

e daí que as primeiras impressões estavam certas mesmo...mas tudo bem!!! é uma questão de saber pesar as coisas... como tudo na vida.


a cidade é tudo isso, mas tb é linda. a impressão é que sempre houve uma preocupação estética na construção do espaço urbano, então tem um monte de prédios lindos, parques, praças, cantinhos... é só vc se distrair que encontra um lance muito legal.

o rio é a minha paixão. adoro estar perto dele, ver os monumentos ao largo dele (o louvre, o musee d'orsay, a torre, a notre dame, o grand palais...fica tudo na beira do rio!) e as pontes são incríveis!!!

adoro tb a onda das construções modernas no meio da cidade que é super velha. o prédio do centre pompidou é surreal, com todas as tubulações (água, ar condicionado, luz, etc) expostas, tem um outro museu, o das artes africanas, que a fachada é um jardim vertical. lindo demais.

tem um monte de gente, muito turista barulhento. mas é julho, né? mas qdo vc tá no clima, pode ser um ótimo exercício de antropologia barata ficar vendo os americanos fazendo fila pra comer no subway (a comida é verdadeiramente incrível aqui), os italianos furando fila (como são mal educados!), os brasileiros falando alto, os japas tirando o maior número de fotos possíveis, e a impressão nítida de que os chineses estão tomando conta do mundo.

e daí tem a paris lado b, da qual nunca ninguém me falou. que é a paris dos imigrantes. é morar na europa e de quebra um pouco na áfrica, no oriente médio (pensa bem, é tão pertinho!!!). é a coisa mais normal do mundo ter no seu vagão do metro uma ou duas negras com aquelas rouponas tradicionais africanas, coloridonas, com turbante na cabeça, e também um senhorzinho mulçumano com aquelas rouponas brancas e aquele chapeuzinho, ou também um turbante só que bem diferente do delas. super normal, coisa de todo dia. e ainda tem os maluquinhos (aqui não tem hospicio, então os maluquinhos ficam malucando pela rua), os desempregados franceses que ficam à toa na rua (os top folgados chatos esquisitos). nada mais 2007, mundo explodindo de diferenças (essa foi a giu que ensinou!). tô aprendendo a gostar de estar no meio disso tudo.

só ainda não consigo gostar das pombas.

Chapéu mexicano

mercredi 18 juillet 2007


O chapéu mexicano é meu briquedo preferido na categoria "parque de diversões", adoro a sensação de estar voando sentada! perninhas balançando, vento no rosto, sempre um mesmo ritmo, sem sustos ou movimentos bruscos. Enfim, hoje estava um dia muito bonito, céu azul, sol, mas não muito calor, resolvi perambular pela cidade e... dei de cara um chapéu mexicano!!! No Jardin des Tuileries, um jardim enorme que fica na frente do Louvre. Surreal!

E lá fui eu... hihihih... maior delícia do mundo:
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será?

Mais de uma pessoa já me sugeriu fazer um blog pra dividir (e assimilar!) as pequenas e grandes coisas da vida aqui em Paris (em PARIS!!!! ainda não acostumei!). Como eu não tô fazendo nada...hihihi...resolvi tentar...

 
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