deu no ny times

mardi 9 octobre 2007

acho que não erro muito se afirmar que a grande questão da europa do momento é a imigração. o conceito da união européia vai de vento em popa, o euro vai ficando cada vez mais forte, o continente parece estar mais apto que os EUA a fazer as mudanças culturais necessárias no que diz respeito à preservação do ambiente, mas eles não fazem idéia do que fazer com os imigrantes que já estão instalados aqui e que continuam vindo.

e nós somos muitos. :)

paris intra-muros tem dois bairros chineses, um africano e um bom pedaço do caracol que é a MAIOR miscelânea. a renatinha, em oslo, na noruega, mora num bairro conhecido como “pequeno paquistão”; minha amiga dinamarquesa diz que lá os imigrantes já são 5% da população (pensa bem, a dinamarca, assim como a noruega, não tiveram colônias, são bem no norte, faz frio...)...enfim, tá feito, a imigração é fato e é geral. e não é de hoje.

todos os países estão de frente pro “problema” e, a meu ver, têm se saído mal. (pra mim, o grande problema é tratar do assunto como um problema!)

aqui na frança, a grande polêmica atual é a aprovação de uma lei que exige que se faça testes de DNA para permitir o reagrupamento familiar (permitir que um imigrante que já more na frança traga a sua família de outro país). que entre as inúmeras implicações, a mais grave é o fato de querer instrumentalizar a questão e não humaniza-la.

na dinamarca, parece que o partido de extrema direita tem maioria no congresso e apela ao medo para aprovar leis contra a imigração e aos direitos dos imigrantes no pais.

parece que pelo mesmo caminho vai a suíça... ontem li no NYT (que agora liberou total o conteúdo!!!) um artigo sobre as eleições do legislativo que acontecem no próximo dia 21.

a campanha do SVP, partido tb de extrema direita, é simplesmente assustadora: de um pôster onde uma ovelha
branca chuta uma ovelha negra pra fora da suíça à um vídeo que ao retratar o país como um “inferno” mostra mulheres andando de burka, e o “céu” é feito de trabalhadores brancos e grandes marcas. e ainda fui ler o último comunicado de imprensa do partido e um dos artigos defendia o fim da lei contra o racismo!

uó! assustei de verdade. e o mais triste: parece que eles vão conseguir 27% das cadeiras, mais do que nunca tiveram.

a parte boa dessa história é que todos os jovens estudantes que eu conheci no curso de francês, europeus dos mais variados cantos, estão todos fascinados com a imigração, e principalmente pelo mundo árabe. e, de alguma maneira, estão estudando pra entender essa nova organização da europa. estão todos fazendo ou antropologia, ou relações internacionais ou sociologia. muito curiosos, muito abertos, muito a fim de entender. me parece ser uma tendência...quem virá pro bem.

talvez seja poliana demais acreditar nisso...mas prefiro viver acreditando que dá pra ser melhor.

3 commentaires:

nana a dit…

ai, até dói...
fe, seu blog tá incrível, superinformativo e doce.
tô AMANDO!

ardida a dit…

Abri uma continha pra poder postar aqui, hehe. Não tenho o menor saco pra blog, normalmente, hahahaha.

Mas a gente tá longe e aí é um jeito de se comunicar mais um pouco, né. E vc tb não enche o saco
falando do remédio que tomou, então dá pra aguentar. (não que eu não queira saber de tudo isso tb, mas em blog, sabe como é, zzz).

Só não garanto falar demais pq quando eu falo sempre tem gente que levanta a cruz, heheh, vc sabe. Normal.

Isso do DNA, não sabia ainda! Bom, não sei de muita coisa...Menina!À primeira vista parece tão exagerado.

Mais uma burocracia, esses franceses, vou te contar!!! :)

Mas é uma ferramenta a mais pra equilibrar uma situação de anos atrás, quando a imigração econômica na França deu lugar pra familiar, o que saiu do controle e atualmente mostra uma diferença absurda de proporção.

Até onde sei, hoje não chega a 10% a imigração por trabalho. Os efeitos disso no país são óbvios, prejudicam seu crescimento, de forma geral. Um país visa crescimento e estabilidade sempre, ponto.

Junto com isso vai mudar o perfil das allocations (benefícios dados pelo governo)como são hoje, imagino.

Será que dá pra dizer que se houve algum aspecto mais "humano" (entre aspas pq nada que envolva economia e política vai um dia ter a ver com humanidade, de fato) isso aconteceu naquela época? Quando a imigração familiar sobrepôs a de trabalho?

Pra mim, que penso sobre esse assunto praticamente, falta conhecimento pra analisar melhor isso tudo. São tantos fatores...

O que qualquer um pode dizer é que com certeza dificultaria ainda mais, inclusive pelo custo!

Imagino que não mudariam o default, teste de cultura do país, idioma, renda mínima e moradia, etc. É só um acréscimo.

Pois é, algo pra pensar melhor depois...Como será que vai ficar isso tudo no futuro. Não só na França.

Vi o lance do SVP, triste, mas não surpreende em nada. Faz parte do Homem repudiar as diferenças, sempre fez e vai fazer...Salvo algo muito pesado aconteça, com todos nós, que nos obrigue a ver de outra forma. Infelizmente:(

PS: E o movimento tb de saída de jovens franceses e tal, lembra que até falamos disso antes de vcs irem...

Beijoca

Dida

ardida a dit…

Oh Fe, te mandei um e-mail que voltou, então, não consigo postar no seu flickr ( logada, claro) a tela pra digitar comentário não aparece, nem outras opções, coisa estranha. Por isso deixei recadinho só no do Tuba. Não sei o q é, só no seu fica assim...

Beijoca, amorrr!!:)

 
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