jeudi 22 novembre 2007
um dos motivos pra eu ter ficado só 10 dias no brasil (passou voando!!) é que no dia 21 estava marcada uma reunião para o pedido da minha carte de séjour, o visto de residência na frança que, entre outras coisas, vai me dar direito a trabalhar aqui.
pois bem, ontem, fui à prefecture de police com todo o meu dossiê "sou imigrante mas sou limpinha": passaporte, cópia do passaporte, certidão de casamento, tradução da certidão de casamento, conta de luz no meu nome, contrato de aluguel, contrato de trabalho do tuba, o último boletim de pagamento do tuba e, lógico, o próprio tuba, meu marido alemão. ufa!
tinha horário marcado, 15h45, e saímos cedo de casa pra evitar qq problema que a greve nos transportes pudesse causar. mas foi tranqüilo, conseguimos pegar o metro e chegamos a tempo de tomar um café e assistir à uma pequena manifestação de uns 50 velhinhos que saíram do palais de justice gritando (não entendemos o quê) e carregando flores na mão.
estava animada pra ver a mistura que deveria ser a prefecture de police, afinal é por lá que deve passar todo e qq imigrante interessado em legalizar sua situação na frança. o atendimento é organizado por regiões do mundo. minha sala era "europe, proche orient et amerique" (achei bem curioso esse agrupamento). tem outra que é "asie", outra "afrique" e ainda outra "afrique-maghreb". mas como cada uma fica num canto do prédio, no final, não dá pra ter noção da multidão e das diferentes figuras que certamente passam por lá.
mas mesmo assim, deu pra presenciar uma situação engraçada. pra ter idéia de como tem gente perdida no mundo:
na minha frente na fila, que não era muito grande, tinha um senhor de uns 60 e muitos anos, sem nenhuma pastinha de documentos, item que dez entre dez pretendentes ao visto levam na mão.
senhorzinho: - como um cidadão canadense faz pra morar na frança?
atendente: - quem é o cidadão canadense? o senhor?
senhorzinho: - sim.
atendente: - e o senhor quer fazer o quê na frança?
senhorzinho: - viver. (se ele fosse mineiro seria: viver, uai!)
atendente com um sorriso irônico: - o senhor tem que voltar pro canadá e pedir o visto de lá. próximo!
achei engraçado. o figura estava passando férias aqui e resolveu ficar, sabe?
mas enfim, tudo isso pra contar que, quando finalmente fui atendida, a moça disse: "sinto muito não posso te atender, vamos fechar em dez minutos por causa da greve, são ordens da diretoria. podemos marcar o seu novo atendimento para o dia 4 de fevereiro". ãhn??!!!!???? é isso mesmo, daqui dois meses e meio. surreal!!!
fiquei bem brava e bem frustrada. no final, vou levar quase seis meses para tirar um documento! só na frança e na namíbia, né? que saco!
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