esse era pra ser um post todo bonito dizendo o quanto eu fui feliz em paris, que vou sentir saudades enormes de muitas coisas e que é bom saber que agora tenho mais um lugar no mundo para chamar de casa.
mas ainda não consegui organizar. nem a cabeça, nem o coração.
partimos amanhã para uma pequena e bela viagem por portugal e espanha. tempo pra respirar, assentar, assimilar (bronzear as pernas que estão pálidas como nunca na vida!!!)
quem sabe depois disso sai algo.
talvez tudo que eu precisasse nessa hora, nessa semana, nesse momento da minha vida era uma boa conversa na mesa do bar com alguém dos top 10, dos meus mais queridos do universo.
e daí ela veio, lá do outro lado do mundo, e depois de um ano e meio sem se ver, a impressão é que a gente nunca esteve longe. coisa que só acontece com os bons amigos...com os top 10, quoi.
só pra eu (re)lembrar que, pra mim, o que importa é com quem eu sento na mesa do bar. e não onde está a mesa. ufa! 
ps. e vai ser duro deixar de brindar com a outra irmã lima, parisiense como eu, e um dos melhores encontros que eu já tive na vida.
ps2: ser maltratada pela burocrata do serviço de recepção aos estrangeiros também dá vontade de ir embora...humpf!
dia desses li um post de outra parisiense brasileira reclamando do mundo lá fora. gostei tanto que me inspirei ali para reclamar um pouquinho, só que do mundo aqui dentro.
pois bem..
houve uma época em que o mundo aqui dentro era habitado exclusivamente por certezas. mas com o passar dos anos apareceram as dúvidas. e de uma hora pra outra a vida ficou mais difícil.
agora, o mundo aqui dentro oscila (violentamente) entre momentos de certeza e de dúvidas. tudo sempre do tipo absoluto, porque afinal sou mulher de opiniões fortes.
há bem pouco tempo atrás (dias??) o mundo aqui dentro teve certeza de que queria voltar para o brasil. hoje, duvida seriamente que consiga (sobre) viver longe do sena. sério mesmo.
o mundo aqui dentro teve certeza que não nasceu para ter cinco meses de frio por ano, e hoje duvida que ache graça viver sem as estações bem marcadas. (é possível viver um ano sem o amarelo do outono?!?)
o mundo aqui dentro quase morreu de tantas saudades dos amigos e da família, e hoje duvida que exista alguma experiência mais gostosa e intensa do que passear com os queridos em paris.
o mundo aqui dentro se encheu de ter que descobrir como tudo funciona, e agora está com preguiça de voltar para a sua zona de conforto.
o mundo aqui dentro teve certeza de que sempre se sentiria um estrangeiro em paris, e hoje duvida que haja alguma cidade que lhe seja mais familiar.
o mundo aqui dentro tem certeza de que nada é definitivo, mas duvida da própria coragem de tentar de novo.
o mundo aqui dentro sabe que é feliz, mas não consegue parar de reclamar.
o mundo aqui dentro quer paz, mas está fritando.
Ai, mundo aqui dentro, fica quietinho, vai. Pleeeeeeease!!
e o destino quis que a gente fosse mais uma vez para londres. amém!
e londres é aquela delícia: visitar a família, tomar vários pints, comer fish & chips, ir na topshop, ver o thames e andar no mato. isso mesmo, afinal, a cidade é verde.
e dessa vez ainda teve london eye, presente dos cunhados mais queridos do universo. incleveland.
pena que o destino também quis que a minha bolsa fosse roubada. num divino fim de tarde na beira do grandioso thames.
é uma pena que exista gente tão sem graça no mundo. humpf!
aconteceu sem eu perceber e foi-se um monte de coisas (nada muito grave ou valioso, a camerinha estava na minha mão! ufa!)....mas o brinde com vista pra saint-paul's cathedral é meu e ninguém leva não!
cheers!
gatinho já está sem trampo, e paris é toda nossa. :)
ontem assistimos "coco avant chanel" comendo um potinho de belgian chocolate da haägen-dazs. hoje teve une demi bouteille de sancerre no café marly (leia-se no terraço do louvre).
na volta pra casa, chuva de verão e uma vélo enfeitada (vista da janela do sempre incrível 68).
trop chouette!!
quando aterrisei aqui em julho de 2007, dei de cara com as soldes de verão e fiquei assustadíssima com a quantidade de estampas das roupas. era tanta cor, que em algumas lojas cheguei até a ficar enjoada, juro.
precisei de dois invernos em preto e cinza pra entender a sede por peças coloridas com a chegada da primavera. hoje, eu sei o que é acordar num dia de sol de abril e ter vontade de usar rosa-choque, ou amarelo ovo...ou os dois juntos! assim, logo que o termômetro se estabilizou nos dois dígitos que eu resolvi que TUDO o que eu precisava nessa vida era une robe fleurie. todo colorido, feliz, levinho e divertido.
um vestido florido. e faz dois meses que eu procuro ele com todo o afinco do mundo...e até agora NADA. eles estão de novo em todas as lojas, mas nada (a não ser um de 200 euros..mas pera lá, né? com 200 euros eu vou pra roma! aliás, eu fui!) me inspirou, me empolgou...
e agora começo achar que no final das contas, eu é que não sou uma menina de vestidos floridos. ah, bon.
ps. eu PRECISO parar de me referir a mim mesma como "menina"...é ridículo. mas, "mulher" é tão sério. e de sério, já basta a vida. :)
agora falta muito pouco, e sei que vai passar voando. o coração fica apertadinho.
parece que paris sabe que a gente vai embora e resolveu ficar ainda mais bonita, ainda mais charmosa, ainda mais legal. pra completar...faz sol, calorzinho, as tulipas estão enormes, tem passarinhos cantando na janela e a coleção de verão da h&m está ótima.
não existe escolha errada diz o gatinho. quanto tempo é pouco tempo diz minha amiga querida. il y a toujours quelque chose d'absent diz a camille claudel (pouco antes de ir para o hospício...hihihi).
enfim...difícil de gerir saudade antes mesmo de sentí-la. e o pior é que eu já passei por isso e não aprendi como fazer. humpf!
