vendredi 21 décembre 2007
feliz natal!!
ok, é demais morar num lugar onde (quase) não existe problema de segurança, o transporte público é incrível, os parques são impecáveis, não tem criança trabalhando no farol e arte é parte do cotidiano. mas o mais legal MESMO da europa é poder pegar um avião e em duas horas estar em alguma cidade maravilhosa...
esse fim de semana fomos pra roma!!! salve as low-cost airlines!! munidos com um roteirinho especialíssimo feito pela minha querida e romana giuliana.
a cidade é uma loucura, mais uma prova de que só a megalomania e egos enormes são capazes de construir prédios e monumentos incríveis o suficiente para permanecerem assim para a eternidade. o coliseu, o foro romano, o monumento ao rei vittorio emanuelle, o panteon, a basílica de san pietro. tudo mega, de cair queixo, independente da subjetividade do feio/bonito.
mas quanto mais passeio, e, salve, é praticamente só o que tenho feito (hihihi), descubro que o quê realmente me dá prazer é observar os detalhes.
d’accord, é grandioso estar de frente para o coliseu, mas o que realmente me emocionou foi encontrar duas freirinhas enchendo garrafas com água da fonte na esquina do nosso micro-apê; foi estar junto com a família católica apostólica romana (literalmente!) embaixo de (muita) chuva esperando o papa para a celebração do dia de nossa senhora da imaculada conceição. ou ainda ver dois velhinhos gordões com a maior cara de mafiosos sentados no banco da praça batendo papo no final da tarde, e ouvir o senhorzinho do café me falando “ciao, bella” .
adorei tb perceber que todos os estabelecimentos comerciais nos quais entrei eram familiares, pai, mãe, filhos, irmãos, todo mundo trabalhando junto. dei risada ao ver que todas as mulheres são mesmo montadíssimas, douradíssimas, bronzeadíssimas, adoram um penduricalho brilhante, e como os homens também são mega vaidosos. fazer parte do famoso caos no trânsito (roma quase não tem calçada!!! maior doideira!!), presenciar o povo descendo do carro pra bater boca....gostoso demais tudo isso.
e simplesmente amei sacar o quanto da itália existe em são paulo. o jeito de falar alto, a informalidade calorosa, a confusão, a familiagem, a peruísse das madames, a comida e até os traços físicos. tudo muito parecido.
é uma sensação bem especial ir para um lugar totalmente novo, e, de alguma maneira, se sentir em casa. :)
fotas nos flickrs: feq e zndr
ps: e os tomates são deliciosos!!! a impressão é de que comi tomate de verdade pela primeira vez!!
diferente do que todo mundo dizia sobre os franceses, não achamos eles antipáticos quando chegamos aqui. e eles não são mesmo. no geral, somos bem atendidos em todos os lugares, os amigos do ludo são sempre muito legais com a gente, o tuba foi super bem recebido no trabalho. enfim, fomos surpreendidos positivamente.
talvez as pessoas confundam antipatia com rabugice, pq é fato, eles são super rabugentos. os franceses fazem questão de mostrar que desaprovam qualquer atitude que possa ferir a boa convivência social. e pra isso, eles bufam. bufam quando o carro pára na fila de pedestre, quando alguém é muito espaçoso dentro do ônibus ou do metro, quando vc anda muito devagar e não deixa espaço para “ultrapassagens”, quando fala muito alto, quando chega no restaurante sem reserva.
enfim, quando suas ações extrapolam os limites e incomodam ou atrapalham a vida das outras pessoas. em paris, como é muita gente na rua, o tempo todo, são inúmeras as situações onde o bufo é pertinente, então o ato é parte do dia-a-dia e acaba funcionando como um regulador da vida em sociedade. eu, confesso, super adotei e adoro bufar!
mas, existe uma outra modalidade de reclamação, menos cotidiana, mas tb comum. quando a insatisfação é tanta que o bufo não é mais suficiente e é preciso falar. no geral, isso acontece quando o ônibus demora mais do que o indicado na plaquinha do ponto, ou quando a fila do correio não anda....quando o problema é, digamos, mais institucional. só que o engraçado é que eles têm a necessidade de reclamar para alguém, não serve esbravejar sozinho, é preciso ter um ouvinte, mesmo que ele seja tão vitima do problema quanto o reclamão.
e daí eu me divirto demais. pq é fácil perceber quando uma pessoa vai se irritando até atingir o limite onde aquilo não cabe mais dentro dela (e o lance todo é que, entre os franceses, esse limite é bem pequeno), e automaticamente eles começam a procurar um pobre ouvinte. é nessa hora que é preciso ter cuidado, se os seus olhos cruzarem com o do rabugento...pronto, vc é o escolhido e vai ter que ouvir. e daí eles são capazes de ficar minutos só reclamando! e já aprendi que não adianta sorrir, tem que fazer cara feia tb e concordar. uma vez eu sorri e a senhora só ficou mais irritada.
e a minha brincadeira, um pouco malévola, é ficar justamente fugindo do olhar do reclamante. e daí, eles enlouquecem! ficam lá fazendo de tudo pra chamar a atenção e eu me faço de boba, fico olhando o céu...tem dias que eu topo ouvir a reclamose, mas na maioria das vezes, prefiro poupar meus ouvidinhos.
prefiro quando eles são super gentis e me chamam de madame.
:)
ps. comecei ontem meu trabalho voluntário no stand de natal da unicef. vou passar o mês vendendo cartões e presentes de natal para comprar vacinas para as criancinhas do mundo. :D
é oficial. c'est noël!
essa semana foi inaugurada a iluminação de natal da champs-elysée, o verde e o vermelho são onipresentes nas decorações das vitrines das grandes lojas e os centros comerciais estão ainda mais apinhados de gente. bem menos que em sp, a figura do papai noel também já dá as caras pela cidade e confesso que faz muito mais sentido vê-lo de gorro e botas estando também vestida assim.
nas minhas andanças dessa semana, entrei na lafayette maison, que tem coisas lindas e caríssimas para a casa. fui só passear, dar uma olhadinha. estava lotada, em plena segunda-feira, fico impressionada como tudo é cheio em paris, sempre.
além de sofás modernos e incríveis, enfeites de natal fofos e jogos de lençol maravilhosos (gente!! que velhinha!! hihihi), o mais divertido mesmo foi dar de cara com um cantinho todo montadinho para tirar foto temática de natal.
com uma chaise longue branca, uma árvore de natal fashion com bolonas vermelhas, um chão com neve de mentira, um gorrinho para ser vestido pelo fotografado, tudo pequenino. e ainda um mega spot de luz e dois fotógrafos de prontidão com suas super câmeras.
até aí nada que não tenha tb no shopping morumbi, até que me dei conta que não era um cantinho para tirar foto de crianças, e sim de cachorros!! isso mesmo, tudo montado com os mínimos detalhes e cuidado para registrar os cachorrinhos parisienses no natal de 2007.
e o negócio é um sucesso! tem até fila! mas não pense que é só madame...
os franceses AMAM cachorros, a impressão que dá é que todo mundo tem um. talvez seja pq, como são ligados demais aos bichinhos, carregam eles pra lá e pra cá, o que significa ser super comum encontrar dogs em lojas, farmácias e até restaurantes (é super recente uma lei que proíbe a entrada de cachorros nos supermercados). então, no final, o cantinho da lafayette faz todo o sentido.
e, sim, também é verdade que os cachorrinhos, mesmo fofos, fazem um monte de cocô nas ruas de paris e seus donos, porquinhos, não limpam.
um dos motivos pra eu ter ficado só 10 dias no brasil (passou voando!!) é que no dia 21 estava marcada uma reunião para o pedido da minha carte de séjour, o visto de residência na frança que, entre outras coisas, vai me dar direito a trabalhar aqui.
pois bem, ontem, fui à prefecture de police com todo o meu dossiê "sou imigrante mas sou limpinha": passaporte, cópia do passaporte, certidão de casamento, tradução da certidão de casamento, conta de luz no meu nome, contrato de aluguel, contrato de trabalho do tuba, o último boletim de pagamento do tuba e, lógico, o próprio tuba, meu marido alemão. ufa!
tinha horário marcado, 15h45, e saímos cedo de casa pra evitar qq problema que a greve nos transportes pudesse causar. mas foi tranqüilo, conseguimos pegar o metro e chegamos a tempo de tomar um café e assistir à uma pequena manifestação de uns 50 velhinhos que saíram do palais de justice gritando (não entendemos o quê) e carregando flores na mão.
estava animada pra ver a mistura que deveria ser a prefecture de police, afinal é por lá que deve passar todo e qq imigrante interessado em legalizar sua situação na frança. o atendimento é organizado por regiões do mundo. minha sala era "europe, proche orient et amerique" (achei bem curioso esse agrupamento). tem outra que é "asie", outra "afrique" e ainda outra "afrique-maghreb". mas como cada uma fica num canto do prédio, no final, não dá pra ter noção da multidão e das diferentes figuras que certamente passam por lá.
mas mesmo assim, deu pra presenciar uma situação engraçada. pra ter idéia de como tem gente perdida no mundo:
na minha frente na fila, que não era muito grande, tinha um senhor de uns 60 e muitos anos, sem nenhuma pastinha de documentos, item que dez entre dez pretendentes ao visto levam na mão.
senhorzinho: - como um cidadão canadense faz pra morar na frança?
atendente: - quem é o cidadão canadense? o senhor?
senhorzinho: - sim.
atendente: - e o senhor quer fazer o quê na frança?
senhorzinho: - viver. (se ele fosse mineiro seria: viver, uai!)
atendente com um sorriso irônico: - o senhor tem que voltar pro canadá e pedir o visto de lá. próximo!
achei engraçado. o figura estava passando férias aqui e resolveu ficar, sabe?
mas enfim, tudo isso pra contar que, quando finalmente fui atendida, a moça disse: "sinto muito não posso te atender, vamos fechar em dez minutos por causa da greve, são ordens da diretoria. podemos marcar o seu novo atendimento para o dia 4 de fevereiro". ãhn??!!!!???? é isso mesmo, daqui dois meses e meio. surreal!!!
fiquei bem brava e bem frustrada. no final, vou levar quase seis meses para tirar um documento! só na frança e na namíbia, né? que saco!
decidi numa quarta-feira, na quinta, comprei uma mala, e embarquei. pro brasil. :)
colo de mãe (ufa!!!), abraços apertados nos amigos e na família, almoço na vovó, muitos brindes, casamento dos cunhados e dos amigos queridos que tb são família, conversas boas e fluentes sem ter que escolher as palavras, sol, calor, chuva paulistana, festinha, coxinha, café da manhã na padaria, chopp bem tirado, cerveja bem gelada, pizza, mais abraços apertados...turbilhão de coisas gostosas, confortáveis e conhecidas.
maior delícia. difícil ir embora outra vez. ufff...
entre as muitas novidades e desafios da nossa chegada em paris, tive que encarar a comprovação de que as francesas são mesmo chiques, lindas e magras. ai, ai,ai.
é impressionante: elas têm as costas estreitas, as pernas longas, os traços finos, os cabelos lindos arrumados em penteados incríveis (estilo bagunçado intencional), a pele lisinha. e se vestem mega super bem. na verdade, todo mundo, os homens tb. todos super estilosos, como diria a minha mãe.
eu, meio gordinha, coxa grossa (“igual de jogador de futebol” como um dia me disse minha médica da coluna…humpf!), meu super tênis, calça jeans, maquiagem zero...me senti o maior patinho feio.
pra completar, uma certa crise de identidade “eu ainda me visto como adolescente” que já mostrava sinais no Brasil, acabou explodindo por aqui, pq em paris até as adolescentes são chiques e maquiadas.
o resultado é que o tuba já presenciou uns não sei quantos ataques de “eu não tenho roupa” que atualmente acontecem tb fora do período de tpm. o menino é mesmo um anjo.
mas aos poucos, vou incorporando algumas coisas, achando o que eu gosto e combina comigo e incrementando meu visual. primeiro, maquiagem levinha todos os dias: concealer, rímel e blush são os melhores amigos de uma mocinha de 30 anos. depois, não ter carro (nem elevador) e ter que andar para todos os lugares garantiram uma leve (bem leve, tá?) emagrecida. descobri tb que cabelo preso estilo desarrumado, além de bonito, é o melhor jeito de andar de metro sem pegar piolho (hahahaha). daí, um casaco preto, uns lencinhos de pescoço, umas blusas de gola alta e as pessoas já passaram a me pedir informações na rua. :)
só faltava uma bota. pq aqui todo mundo usa bota no frio. mas nunca gostei de bota, só de coturno (saca o impulso adolescente?). e ainda tenho o problema das costas, sapato não pode ser pesado, não pode ter salto. enfim, estava já desanimada, achando que dessa eu ia ficar de fora e minha sina era ser mesmo um patinho feio andando de tênis nas ruas de paris. pobrezinha.
mas daí meu marido lindo me deu uma bota de aniversário. linda e confortável. :D
eba!
daí não me aguentei, ousei, experimentei, gostei e usei: bota com bermuda! super parisiense, super fashion, super 30 anos....hihihi
achei que ficou bom! (mesmo achando que um dia vou ver a foto e dizer "que moda mais esquisita essa"!)
nana???
faço 30 anos. moro em paris.
sou casada com um homem incrível, tenho uma mãe maravilhosa, uma família muito especial, e os amigos mais queridos do mundo. isso significa um dia-a-dia recheado de palavras carinhosas, beijos e abraços de verdade, e-mails, telefonemas e brincadeiras fofas e doces. uma vida de coração cheio e quentinho. tenho conseguido realizar meus sonhos e vontades, superar meus desafios e, acho, no geral, feito boas escolhas.
tenho duas hérnias de disco e faço bolhas no pé com a maior facilidade.
tenho um azul preferido no céu, me emociono quando vejo a lua nascer e gosto de nuvens gordas. adoro tomar cerveja bem gelada em dia de sol, das inúmeras variações possíveis de massa/pão e queijo e de sorvete de chocolate.
não gosto de beber em copo molhado, de falar no telefone e de pessoas que tossem sem por a mão na boca. fico muito irritada na tpm, quando não durmo direito e quando estou perdida (tanto no sentido figurado quanto no prático). nunca acerto a quantidade de sal da comida, tenho a maior dificuldade de fazer conta de cabeça e não leio correspondência do banco. nunca comi cachorro-quente.
tenho o costume de falar sozinha, de brincar de inventar viagens e itinerários e pensar em nomes com cada letra do alfabeto antes de dormir. me sinto bem e em paz quando o tuba me beija na testa, nos almoços de domingo na casa da vovó e durante o ritual de café da manhã em comunidade das viagens com os amigos.
sou cabeça-dura, brava e odeio ser contrariada.
tenho muitas saudades da minha avó aracy, mas dei sorte de ganhar uma avó nova, alemã e querida. sou amiga de mulheres maravilhosas, fortes, confusas, intensas e cheias de amor. e de homens doces, verdadeiros, brincalhões e de coração grande.
tenho o péssimo hábito de (gostar de) ouvir a conversa dos outros. adoro dormir na praia enquanto tomo sol. tenho prazer em estar bem informada sobre o que se passa “no brasil e no mundo”. acredito que existem mais pessoas boas do que ruins, mas que cada um tem um pouco desses dois lados, e acho que a humanidade tem jeito.
acompanho séries americanas, curto comedias românticas e filmes de super heróis. tenho medo de insetos variados, de trovão e de morrer.
sou quase-tia de uma menina linda, que adora andar com a bolsa roxinha que eu dei de presente. guardo com muito carinho cada um dos pores do sol que assisti em ibiúna, e das noites em frente da lareira em monte verde. meus momentos preferidos do dia são acordar e domir ao lado do meu marido lindo.
acho viajar a coisa mais legal do mundo.
esse ano, mudei de país, aprendi a falar francês, me apaixonei por uma nova cidade, vi aumentarem meus fios de cabelo branco, parei de usar brincos e comecei a tomar café. aprendi a ficar bem mesmo sentindo muita saudade.
adoro fazer aniversário.
sou feliz. está tudo azul. em frente!
em são paulo, tem um bistrozinho francês chamado l’aperô que eu gosto muito, preço honesto, simples, heinekein gelada e comida boa. foi lá que aprendi a gostar das saladas do sudoeste (francês, bien sûr), gigantes, com carne, queijo e batata…nham, nham. adoro e já experimentei várias por aqui.
mas, foi também lá que ouvi (mas não provei) falar de hachi parmentier, um prato bem típico daqui que nada mais é do que uma versão do nosso “escondidinho”: carne moída e purê de batata gratinado por cima. lógico que existem mil possibilidades de sofisticação da receita, mas basicamente é isso. e é bem gostoso, o tuba faz um delicioso.
enfim, sempre achei o nome do prato curioso, hachi quer dizer moído, mas o parmentier era um mistério. a história ficou ainda mais esquisita quando soube que o métro da minha escola de francês também se chamava parmentier, na verdade, de cara, nem fiz a associação.
ainda bem que uma das coisas mais interessantes da cidade é que a prefeitura divulga nas próprias estações do métro as razões dos seus nomes. por meio de cartazes, documentos, fotos coladas nas paredes a gente descobre quem foi colonel fabien, denfert-rocherou ou franklin roosevelt (ok, esse último não é bem novidade).
e foi assim que eu descobri quem foi monsieur antoine-augustin parmentier. um cientista maluco que nos anos 1700/1800 fez a maior campanha para a frança e a europa adotarem como alimento, nada mais, nada menos, que a batata!!
a história conta que os exploradores trouxeram de novidade das américas o tabaco e a batata. o tabaco caiu nas graças dos europeus logo de cara e virou moda e a batata, com aquele jeito esquisitinho, virou ração de porcos.
daí foi o monsieur parmentier descobrir e defender que o tubérculo era bom e saudável...e hoje a batata tem presença garantida no prato de quase toda a europa. um sucesso!
história boa...
ps. o l'aperô fica na mourato coelho, 1343, na vila madalena. e o hachi parmentier feito pelo tuba pode ser encontrado na 60 rue du couedic. :)
só pra encerrar o assunto, pq eu não quero que os meus leitores (hahaha) fiquem mal informados:
- sim, os sarkozy estão se separando.
- é a cecília que está deixando o presidente, simplesmente pq não o ama mais.
- ela diz que está pronta a "viver uma vida anônima" mas deu duas "entrevistas exclusivas" (ela é capa da ELLE) e fez um ensaio fotográfico para a paris match.
- ele, malandro, anunciou oficialmente a separação no dia da greve dos transportes, ou seja, no dia seguinte, quem estava nas capas era ele e não os grevistas.
- foi mesmo o maior debate aqui sobre a cobertura da mídia sobre o assunto. muita discussão sobre o que é ético ou não divulgar e se o assunto de fato interessa a opinião pública. debate saudável, rico, bem legal de acompanhar.
- uma pesquisa diz que para 79% dos franceses a separação não tem a menor importância.
:)
o casal sarkozy está em todas as capas das revistas de fofoca!! hihihi e nos jornais tb.
mas continua sendo uma cobertura sem muito julgamento moral, mas com especulções fofoqueiras...enfim...não é tão diferente como eu achava.
percebi que os franceses, ou pelo menos a mídia francesa, tem uma relação bem diferente (e mais saudável) que a nossa (e a dos americanos) em relação à vida privada dos seus governantes.
há duas semanas atrás, num cantinho perdido na home do le monde achei uma reportagem dizendo que o sarkozy tinha sido fotografado saindo de uma reunião carregando uma carta xis, e que algum veículo fez um "zoom" no documento e descobriu que era uma carta de amor, não exatamente da esposa dele. ulalá!
comentei com o ludo, nosso anfitrião mór por essas bandas, falando que achava estranho o assunto ter ganhado tão pouco espaço. e ele confirmou que a vida pessoal do presidente não interessa (pas du tout!) aos franceses. ele mesmo não deu muita bola para a minha fofoca. :)
depois daquele dia, não encontrei mais nada, em lugar nenhum sobre o assunto. censura, será? talvez, mas desconfio que não.
pois bem, essa semana, no meio das notícias sobre a greve dos transportes de amanhã (parece que vai ser mega) e a polêmica sobre os testes de DNA para controlar a imigração (o texto foi aprovado ontem!), surge com mais destaque a notícia que o casal sarkozy está se separando. nada confirmado oficialmente ainda.
vai ser a primeira vez que um presidente francês se separa durante o mandato. mas o interessante é que a cobertura é super discreta, sem caráter de novela, sem julgamentos morais. e os assuntos de fato importantes ainda continuam em pauta.
menos a birmânia/mianmar que simplesmente sumiu do noticiário essa semana, humpf!
meu curso no louvre va très bien. as aulas são expositivas, sem espaço para perguntas ou qualquer interação com o professor, e são mesmo umas “pinceladas” em cada tema. mas mesmo assim, tenho curtido muito. passar de não saber nada pra saber um pouco já me dá o maior prazer.
e simplesmente adoro ir ao “complexo” do louvre todas as semanas. é um passeio muito gostoso. vou mais cedo, passeio no tuileries, tiro fotinhas. o tuba me encontra na saída e a gente volta pra casa andando uma boa parte do caminho. paris com as luzinhas acesas é um arraso.
as duas últimas aulas foram sobre a arte egípcia antiga. aprendi que os egípcios foram mesmo os primeiros a fazerem desenhos esculpidos em alto relevo nas pedras (acho lindo!!) e que pra eles ter uma barriguinha levemente proeminente era sinal de riqueza! (olha que maravilha! a gente bem podia resgatar esses valores, né não?)
bom, vi um monte de fotos dos templos e tumbas (pirâmides) que foram encontrados nas expedições arqueológicas (quero ir pro egito!), arte e arquitetura sempre com a função utilitária de adorar os deuses, fazer oferendas, cuidar do espírito.
mas o mais interessante foi que, ao final da segunda aula, a professora, depois de um total de três horas falando praticamente apenas sobre arte religiosa, deu uma desestruturada no tema.
contou que, por conta das invasões gregas e romanas, se encontrou muito pouco do que foram as “cidades” egípcias e o modo de vida daquela civilização. já os templos e as tumbas, inclusive pela sua arquitetura, conseguiram sobreviver ao tempo. e por causa disso o que mais foi estudado sobre os egípcios é justamente essa relação deles com a religião.
só que, a idéia de que o tema era de extrema importância naquela sociedade pode estar completamente errada, ou no mínimo ser exagerada. ela deu como exemplo: “ é como se os historiadores fossem estudar a frança dos séculos 19/20 e encontrassem apenas a notre dame e o cemitério père lachaise”. ou seja, sabe-se muuuuito pouco. é quase um chute.
achei ótimo.
ps. outra descoberta legal, nas aulas sobre a mesopotâmia: é muito provável que os famosos jardins suspensos da babilôna nunca tenham sido suspensos! ou, se foram suspensos, não tenham sido na babilônia. :)
acho que não erro muito se afirmar que a grande questão da europa do momento é a imigração. o conceito da união européia vai de vento em popa, o euro vai ficando cada vez mais forte, o continente parece estar mais apto que os EUA a fazer as mudanças culturais necessárias no que diz respeito à preservação do ambiente, mas eles não fazem idéia do que fazer com os imigrantes que já estão instalados aqui e que continuam vindo.
e nós somos muitos. :)
paris intra-muros tem dois bairros chineses, um africano e um bom pedaço do caracol que é a MAIOR miscelânea. a renatinha, em oslo, na noruega, mora num bairro conhecido como “pequeno paquistão”; minha amiga dinamarquesa diz que lá os imigrantes já são 5% da população (pensa bem, a dinamarca, assim como a noruega, não tiveram colônias, são bem no norte, faz frio...)...enfim, tá feito, a imigração é fato e é geral. e não é de hoje.
todos os países estão de frente pro “problema” e, a meu ver, têm se saído mal. (pra mim, o grande problema é tratar do assunto como um problema!)
aqui na frança, a grande polêmica atual é a aprovação de uma lei que exige que se faça testes de DNA para permitir o reagrupamento familiar (permitir que um imigrante que já more na frança traga a sua família de outro país). que entre as inúmeras implicações, a mais grave é o fato de querer instrumentalizar a questão e não humaniza-la.
na dinamarca, parece que o partido de extrema direita tem maioria no congresso e apela ao medo para aprovar leis contra a imigração e aos direitos dos imigrantes no pais.
parece que pelo mesmo caminho vai a suíça... ontem li no NYT (que agora liberou total o conteúdo!!!) um artigo sobre as eleições do legislativo que acontecem no próximo dia 21.
a campanha do SVP, partido tb de extrema direita, é simplesmente assustadora: de um pôster onde uma ovelha branca chuta uma ovelha negra pra fora da suíça à um vídeo que ao retratar o país como um “inferno” mostra mulheres andando de burka, e o “céu” é feito de trabalhadores brancos e grandes marcas. e ainda fui ler o último comunicado de imprensa do partido e um dos artigos defendia o fim da lei contra o racismo!
uó! assustei de verdade. e o mais triste: parece que eles vão conseguir 27% das cadeiras, mais do que nunca tiveram.
a parte boa dessa história é que todos os jovens estudantes que eu conheci no curso de francês, europeus dos mais variados cantos, estão todos fascinados com a imigração, e principalmente pelo mundo árabe. e, de alguma maneira, estão estudando pra entender essa nova organização da europa. estão todos fazendo ou antropologia, ou relações internacionais ou sociologia. muito curiosos, muito abertos, muito a fim de entender. me parece ser uma tendência...quem virá pro bem.
talvez seja poliana demais acreditar nisso...mas prefiro viver acreditando que dá pra ser melhor.
a frança acabou de eliminar da copa do mundo, de virada, os favoritos all blacks (nova zelândia - "les brésiliens du rugby"). um jogaço.
eu, que no começo da copa, disse que não conseguia torcer por eles, hoje tô assobiando na janela junto com os franceses. :)
é mais gostoso se apaixonar aos poucos.
allez, les bleus!
ps. a semi-final é contra a inglaterra, atual campeã do mundo, no próximo sábado.
ps2: vale a pena dar uma olhada no vídeo que mostra como foi o tradicional haka neozelandês (uma dança maori de guerra que eles fazem todo jogo, na frente da equipe adversária e que é beeem intimidadora). os franceses foram pra frente, ficaram bem perto dos caras e rolou um maior clima "vamos pro pau". divertido! o francês barbudão com maior pinta de gaulês, é o chabal o jogador mais amado do time e que manda super bem.
tem fotos novas no flickr, tiradas numa linda tarde cinzenta no jardin de tuileries.
paris fica super bem de cinza. :)
...ir comprar baguette quentinha no final do dia, e comer a pontinha do pão no caminho pra casa :)
pra mim, a situação mais complicada pra usar uma língua estrangeira é no telefone. é assim com o inglês (que, por sinal, tá indo pro saco...aiaiai*) e não podia ser diferente com o francês, me atrapalho toda. um pouco tb pq tenho mania de falar rápido e sai tudo super torto.
imagina só a dificuldade em ter que resolver problemas com a companhia de gás francesa. uffff.... primeiro pq isso é um saco em qq língua, e depois pq parece que o tipo treinamento dado aos atendentes é universalmente ruim.
o fato é que faz 20 dias (!!!) que tento mudar as informações de débito automático da minha conta de gás, que até hoje ainda estava no nome do antigo morador. um mocinho diz que está tudo certo, o outro marca uma visita de um técnico xis num dia que eu não estaria em casa, cancelo a visita e marco outra. advinha? o técnico obviamente aparece no dia que não estou, há um rumor que vamos ter que pagar uma multa....rrrrrr.
hoje acordei brava e inspirada, e resolvi preparar uma cola antes de ligar. escrevi a maior redação com a explicação de todo o problema, em francês bien sûr. e ainda uns parágrafos auxiliares para possíveis argumentações contra uma cobrança de multa. hihihi
enfim, funcionou! tudo resolvido! sem técnico nenhum ter que vir em casa e nem multa. em 10 dias chega uma conta no nosso nome.
uma bobagem, mas dá a maior satisfação. mesmo que eu tenha colado... :)
*ontem à noite, um grupo de japoneses me pediu informações (de casaco preto e echarpe já super passo por parisiense...hihihi) em inglês e não consegui responder!!! travei total! falei uma parte em inglês, uma parte francês e até mesmo em português!!! maior confusão....
alguém um dia me disse que faz mais sentido um ano bem marcado pelas estações do ano...
pela primeira vez na vida vou passar um outono no hemisfério norte e estou animada pq sempre quis ver as árvores mudando de cor, as folhinhas caindo.
pois bem, no calendário, o outono começou na sexta passada e, não é que essa semana tudo mudou? as ruas estão cheias de folhas secas e, as que ainda estão nas árvores já vão ficando marrons, vermelhas, laranjinhas. assim, com hora e data marcada. (ah! e todas as francesas tiraram seus casacos, botas e echarpes do armário. finas!)
ontem fui almoçar com uma amiga e na volta resolvi "cortar caminho" pelo jardin de luxembourg (ah! paris!) e fiquei emocionada. tá lindo demais! mais ainda que no verão..
o marido, fotógrafo oficial do casal, tirou umas fotos ontem, na beira do sena...
ps. em breve aqui um post "especial beleza" sobre os looks de altenburg, na alemanha (onde mora a vó do tuba), aguardem!!
ps2: passagens pra oslo devidamente compradas! em novembro, parishuffle visita minioslo :D skøl!
quando a gente estava preparando a nossa vinda pra paris, uma das coisas mais legais que descobri foi que o musée du louvre tem uma escola. eles oferecem vários cursos (de arte, obviamente), pra curiosos e despretensiosos como eu, mas tem até mesmo cursos de graduação e especialização.
super me interessei pela idéia, mas como tinha um monte de outras coisas pra cuidar e preparar que a informação ficou meio esquecida na minha cabecinha. em julho, voltei a dar uma olhada, mas pra se inscrever precisava pagar em cheque e a gente ainda estava longe de conseguir abrir uma conta (não contei essa novela aqui...em resumo, foram seis visitas ao banco para conseguir ter uma!!!)
enfim, semana passada, fui atrás de mais informações. 150 euros pra fazer um curso de história geral da arte que começa agora e vai até junho. uma vez por semana, 4 euros por aula. não se toma nem dois chopps com essa grana aqui. me inscrevi!!! a primeira aula é hoje!! eba!!! tô animadíssima!!
a programação é incrível! temas tipo, a china: da era do jade à idade do ouro da rota da seda!!! ou ainda: do romantismo ao realismo de revolução em revolução, e tem tb artes africanas, pré-colombianas, asiáticas...e óbvio, toda a história da arte européia. um sucesso!
e o mais legal: com a minha super carteirinha eu tenho acesso livre às coleções permanentes do Louvre e do Musée d'Orsay! o ano todo!
pra dar um exemplo de como paris tem mesmo MUITA gente de todos os cantos do mundo: TODO santo dia, não importa se no circuito turístico ou não, escuto pelo menos duas outras línguas que não o francês, nem o português.
nada de exagero.
mesmo quando eu não saio de casa, sempre chega aos meus ouvidos o japonês dos donos de um restaurante aqui na rua e uma língua ainda não identificada dos vizinhos da frente.
mega mistura. acho surreal, divertido, muito interessante. quando tô sozinha no ônibus, ou no métro, fico brincando de inventar significados para os diálogos incompreensíveis....adoro!
:D
ps. o blog anda meio murchinho, né? é que eu voltei pra escola! mais duas semaninhas de aula de francês, daí tenho menos tempo pra escrever....e pra me inspirar! hihihi
aqui na frança começou ontem a copa do mundo. de rugby. :S
é só disso que falam os cadernos de esporte, a cidade está toda "decorada" (cartazes, telões, bandeiras, bexigas). diz o jornal que a île de france (a grande paris) espera receber 500.000 (!!!!) turistas para a ocasião - e eu achando que eles estavam indo embora.
é a sexta edição do campeonato que conta com 20 equipes: inglaterra, escócia, irlanda, wales, portugal, itália, romênia, geórgia, estados unidos, canadá, argentina, namíbia, áfrica do sul, japão, austrália, nova zelândia, tonga, samoa e fiji. uma mistura curiosa, não?
os franceses estão animadíssimos. essa semana li mais de um artigo evocando a copa (a de futebol) de 98, e como os "bleus" do rugby têm tudo para repetir o feito daquela seleção. humpf!
bom, pelo menos estavam animados.
ontem, no jogo de abertura o XV de france, nome oficial da equipe, levou um baile da argentina (17-12). hihihi....confesso que gostei! essa história deles ficarem lembrando de 98 não ajuda muito...
a gente assistiu o jogo. os argentinos, como sempre e em qualquer competição, entraram com sangue nos olhos, emocionados, fervendo (bonito de ver). e levaram fácil dos franceses comedidos, de salto alto e com a obrigação de ganhar o jogo de abertura.
e o esporte não é para mocinhas. muito contato, muito sangue (sem exagerar, alguém sai sangrando muito a cada cinco minutos de jogo), hardera. mas, apesar de ter o mesmo princípio, mais divertido que futebol americano.
bom, tb não vou torcer pra argentina, que aí já é demais. estou entre a áfrica do sul e samoa. sempre uma queda pelos subdesenvolvidos. :)
chegou setembro. o ventinho já é mais gelado, algumas árvores mais frágeis começam a perder suas primeiras folhas, o número de turistas já diminuiu bastante (mas, não se engane, eles ainda são muitos!). a cidade, parece, vai retomando o seu ritmo.
o clima é total de começo de ano: as pessoas voltando das férias (dá pra ver muito mais janelinhas acesas à noite!); pais e filhos lotando os supermercados atrás de material escolar; o comércio reabrindo (sim, é verdade, MUITA coisa fecha em agosto); o trânsito dando uma perceptível piorada.
pra mim, é bem engraçado ver agendas 2008, reportagens e propagandas sobre promessas de ano novo (começar o regime, praticar esporte, fazer um novo investimento). mas é isso mesmo, aqui já é 2008! é ano novo!
e assim, sem mais nem menos, meu 2007 ganha o seu terceiro reveillon: teve o oficial em Janeiro (salve monte verde!), o segundo quando a gente chegou aqui em julho, novo país, nova lingua, novo tudo e, agora, a rentrée. ufa! três oportunidades formais pra agradecer o que passou e sonhar com o que vem pela frente. que sorte a minha! :)
Então, bonne rentrée pra nós todos!
ps:
das coisas boas da reentrada: duas boulangeries (padarias) perto de casa reabriram…nham nham;
das coisas ruins: os vizinhos voltaram de férias…e parece que são um tanto barulhentos. :S
finalmente! fizemos a maior faxina ontem e, hoje, a sessão de fotos pra mostrar nossa casinha francesa, já tão querida.
aí do lado, a foto da cozinha, que é o lugar mais gostoso do apê, as outras estão no flickr do marido.
naquela primeira semana que passei aqui, quando me assustei e tal, encontrei, mais de uma vez uma senhora, dos seus 75 anos (talvez mais nova, só um tanto maltratada pela vida), que canta nos vagões do métro.
ela tem a voz bem rouquinha e firme, começa falando baixinho, contando como a vida é dura, termina dizendo, já mais alto, “domage, domage” (é uma pena!) e, emenda cantando uma música chamada “ça c’est paris”: paris, c'est une blonde qui plaît à tout le monde... (paris é uma loira que agrada a todo mundo) hihihi.
é uma bela imitação (entre muuuitas ruins que a gente vê por aí) da edith piaf, mas fui pesquisar e a música era interpretada por uma outra diva, chamada mistinguett, que pelo que descobri foi tipo uma madonna dos anos 1890 (!!!). enfim a música é super famosa, inclusive “ça c’est paris” é o slogan da prefeitura da cidade.
bom, a tal senhora é um verdadeiro personagem. além da voz rouca e marcante, ela tem os olhos verdes bem grandões, está sempre impecavelmente maquiada, o rosto bem enrugadinho, mas dá pra ver que um dia foi uma mulher bonita. tem um cabelão comprido (às vezes estranhamente arrumado em uma maria-chiquinha – adoro esse nome!) com uns quatro dedos de raiz bem branca e o resto pintado de preto, bem esquisito. e sempre um sorriso no rosto.
na primeira vez que a encontrei, estava no auge da minha intolerância e dei uma resmungada do tipo “lá vem mais um louquinho” (conto isso com uma boa dose de vergonha) e não consegui nem perceber como a voz dela é bonita. mas pra minha sorte, tiveram outros encontros, e acabei por simpatizar com a velhinha. tanto que num outro dia, já em julho, procurando apartamentos sozinha num dia de chuva, peguei um ônibus errado que me obrigou a dar o maior rolê de metro (que eu não gosto). e eis que eu estava lá bufando, no vagão cheio e apertado, e ouço aquela vozinha rouca, “domage, domage”, e o mau humor passou, bateu uma sensação boa de “ah! isso eu conheço” e gostei de estar ali.
ça c’est paris!
uma das coisas mais legais do nosso apezinho é que ele tem muitas janelas! e isso faz dele um cantinho muito iluminado. a vista não é nada incrível, mas é tudo muito simpático. eu acho pelo menos...adoro!
faz pouco mais de um mês que estou aqui e já recebi um monte de visitas! :D
primeiro foi o lima que praticamente chegou junto com a gente, também já passaram camis e diogo em visita expressa. e há umas duas semanas esteve por aqui o mau grilli, junto com o marcel, a cami e outros da “galera do basquete”.
e paris não será mais a mesma.
os caras revolucionaram o conceito “balada nos jardins da torre eiffel”: transformaram uma mala achada no lixo em uma espécie de isopor pra gelar 30 litros (!!!) de cerveja para edição parisiense da "terça cerca frango"*. um sucesso! os ambulantes que ficam vendendo vinho por ali (pq muuuita gente faz balada lá), ficaram de cara, super se interessaram pela inovação e parace que vão adotar a iniciativa.
* pra quem não sabe, a terça cerca frango é mais um dos muitos eventos tradicionais da família ecana que, como todos os outros, serve pra encontrar os amigos e beber (muita) breja.
nós temos internet em casa!!!!!! ufa!!! nem acredito!!! estou emocionada!!! :D
sempre ouvi falar que os franceses eram meio sujinhos, mas achava um boato exagerado. pois eles são mesmo.
o tuba conta que, no trabalho, ninguém escova o dente depois do almoço. no metro, reparo que as mulheres estão sempre com o cabelo um tanto grudentinho...e eles são todos um pouco fedidos. não todos vai, mas muitos.
mas também, olha que viagem, se eles saem de casaco de manhã (e as manhãs desse verão fajuto pedem um) não importa se esquenta durante o dia, eles não tiram o casaco! ficam lá, suando um monte, não sei se por preguiça de carregar ou por medo de pegar uma “correnteza de vento”, como diria a minha avó. e no dia seguinte... usam o mesmo casaco! daí não tem jeito, fica fedido.
também desconfiava que não rola um banho diário, e tive a comprovação da suspeita quando comprei um desodorante e li na embalagem que ele tem duração de 48 horas! porquinhos!
mas pular o banho não é uma exclusividade francesa. quando visitamos a avó do tuba na alemanha, ela comentou que o único defeito do apartamento em que mora agora é ter chuveiro, preferia uma banheira. o tuba perguntou se não seria muito trabalho encher a banheira todo dia, e ela, respondeu muito séria “mas, peraí, eu não sou tão suja assim que preciso tomar banho todo dia!”. hihihi.
na verdade, é só uma questão de ponto de vista...
quarta-feira, dia 15, foi feriado aqui, dia de Assunção, comemoração de uma das aparições da Virgem Maria em terras francesas. confesso que me surpreendi com o feriado religioso (teve até procissão em volta da Notre Dame!) num pais tão laico.
acordamos com aquela sensação de "ter que aproveitar", tipicas de feriados, que se quando estamos em sp jah é forte, aqui virou praticamente uma missão.
mas estava frio e meio chuvoso, impossivel planejar um dia ao ar livre, com caminhadas, picnic e exploração de novos bairros e parques, normalmente, nosso programa preferido. então, decidimos ir à um museu. até esse dia soh tinhamos visitado o d'orsay, o rodin e o pompidou.
resgatei o pariscope da semana, revistinha com toda a programação cultural da cidade, e descobri que tudo estava fechado. era feriado, oras. o unico que estava aberto era o intimidador museu do louvre. enorme e sempre cheio. mas nos animamos, afinal, pensamos, o pico das férias jah passou e o numero de turistas diminuiu consideravelmente. partimos felizes.
bobinhos. tudo fechado e tempo ruim? estavamos nos e todo o resto do mundo no louvre.
o problema é que soh descobrimos isso quando jah tinhamos entrado, a fila do ingresso até que estava tranqüila. lah dentro, o programa foi, pouco a pouco, se tornando insuportavel. muita gente, muita câmera fotografica (todo mundo tira foto de todas as obras!!! sem exagero! é uma loucura!), muitos carrinhos de bebês (acho que as crianças européias usam carrinho até os 10 anos de idade!), nenhuma brisa de ar condicionado, nenhuma janelinha aberta. pesadelo!
uma pena, pq o lugar é incrivel. o louvre foi um palacio, então todas as suas salas têm detalhes super trabalhados nas portas, janelas, paredes, teto. lindo de morrer. é tudo muito amplo, grandioso. e logico, têm a maior coleção de arte do mundo.
não vimos nem 1/3 do que tem lah, é muita coisa e com a multidão foi impossivel ficar muito tempo. deu pra ver bem a coleção de arte egipicia que é muito especial, a maior do mundo depois da do museu do cairo. adorei as bijouterias, as escrituras em papiro e os hieroglifos em alto relevo (!!).
também vimos um pouco das pinturas francesas em grandes formatos, aqueles quadrões enooormes, surreais. é lah que estah o quadro que retrata a coroação do napoleão feita pelo papa na notre dame. é imenso, quase tamanho real, cheio de detalhes, uma foto.
e quando nossas forças estavam se esgotando, fiz o gatinho encarar a sala na monalisa. fila pra entrar, placas enormes em varias linguas proibindo tirar foto, e todo mundo tirando foto, se empurrando, os guardinhas tentando colocar ordem no caos. um horror! e ela lah, absoluta e pequenina, rindo discretamente daquelq confusão toda.
estamos ainda sem internet em casa, contratei o serviço na terça, dia 7, mas soh começa a funcionar lah pelo dia 20. :o
os franceses acham super normal todo esse tempo, alias, a françoise achou super rapido, parece que a dela demorou 2 meses pra instalar!!! o timing francês merece um post soh pra ele...
então, por conta disso, tenho checado meus emails e acompanhado as noticias do brasil num cyber perto de casa. isso significa ter que usar um teclado francês. sim!!! é diferente do nosso! e usa-lo é quase tão dificil quanto falar francês.
pra começar, a primeira fileirinha de letras não tem a sequência "qwerty", aqui é "azerty"! azeite! mudaram a letra A de lugar! tem mais, o M fica na fileira do meio, e no lugar dele fica a virgula. também não acho os acentos, tem a opção do E jah acentuado, mas nao consigo acentuar nenhuma outra vogal.
e sabe a satisfação de colocar o ponto final com a convicção do texto bem acabado, jah inclinando o corpo pra descansar e apreciar o trabalho feito? pois é, aqui não dah, pq tem que apertar o shift! o ponto final divide a tecla com o ponto e virgula, mas é este que tem o prestigio de ficar no andar de baixo. licença para um pouco de antropologia barata: acho que essa de burocratizar o ponto final diz muito sobre os franceses, eles relativizam tudo, nunca dizem sim ou não, tudo é sempre "ça depend", nada de respostas definitivas.
a outra grande diferença é bem positiva, lah em cima, são os numeros que ficam no andar superior, e embaixo as aspas, o hifen, mais simples mesmo pra escrever.
o tuba, que usa um monte de teclas de atalho pra trabalhar, tem tido problemas pra se acostumar. quqndo ele quer dar ctrl+z, pra voltar q operação, ele acaba dando ctrl+w, que é pra fechar o programa!
agora, o mais legal foi o lima, que entrou numa loja pra ver o preço de um mac e perguntou pro vendedor "vcs tb vendem com o teclado normal?". imagina a cara do francesinho...
ps meteo: tah frio! to de cachecol! :s
mudamos! temos uma casinha nova! linda, simpática e aconchegante! ufa! que felicidade!
um dos meus grandes medos de vir pra cá era ficar morando mal, apertado, num lugar esquisito. mas deu tudo certo e o apê é demais. o bairro tb é maior delícia.
agora mesmo, estou escrevendo direto do parc montsouris, a 10 minutos de casa, num dia lindo de céu azul e calor de 30 graus. pois é, tem internet gratuita no parque, serviço oferecido pela prefeitura da cidade. :)
em casa ainda não, agora que temos endereço fixo, vamos fazer o pacote "internet + telefone + tv a cabo", mas como tudo aqui... demora três semanas.
direto de hong-kong para o meu pertinho...
foram só duas horinhas de escala da camis e do diogo em paris, mas com direito a picnic e abraço coletivo na estação do metro. o suficiente pra encher meu coração. :D
uffff....acabaram de ir. foi bem difícil dizer tchau.
vamos nos mudar! a partir de amanhã, seremos moradores do 14éme na rive gauche!
olha só como são as coisas...
ainda em são paulo, decidimos alugar um apartamento aqui por um mês, algo temporário para a gente poder procurar com calma um lugar mais definitivo.
e foi procurando esse apê para julho, por meio de uma agência, que me encantei por um no 12éme. cismei que era nele que queria ficar, e não consegui gostar de mais nada. bom, quem sabe sabe, quando eu quero muito alguma coisa....ficamos com ele! :)
e o apê é muito legal mesmo. tá reformadinho, é super bem decorado, bem iluminado. foi ótimo chegar num lugar bonitinho pra começar a vida por aqui (ainda mais depois do trauma inicial).
tentei fazer a cabeça do tuba pra gente ficar aqui definitivamente. quaaase consegui, mas acontece que fica muito longe do trampo dele, que na verdade fica fora de paris, em boulogne-billancourt (tipo são bernardo). imagina só, o gatinho demora 1 hora pra chegar no trabalho. :S
enfim, começamos a busca. show de horror. janelas de banheiro que dão pra cozinha, e outras que dão pra linha do metro; proprietária chata que mora no andar de baixo; proprietária louca que quer o valor total de todos os aluguéis desde o começo; papéis de parede medonhos; quinto andar sem elevador; caverninhas no térreo sem luz natural em pleno verão; sem falar nos banheiros...de chorar.
e então um belo dia, quando o coração já estava apertando, tudo se encaixou.
a proprietária do apê que estamos agora, a françoise, sem mais nem menos, por simpatia, nos convidou pra jantar. queria nos levar à uma cantina super tradicional daqui, chamada chartier. aceitamos o convite.
conversa vai, conversa vem, contei sobre a nossa batalha. bom, não é que.... a tia da françoise tem um apartamento pra alugar?! recém-reformado, 35 minutos mais perto de billancourt, mobiliadinho e com um aluguel que a gente pode pagar! quarto e sala, super iluminado, com fogão à gás (aqui os fogões são, na maioria, elétricos!), forno (raridade!), um banheiro lindo, num bairro mais animadinho. eba!
hoje é dia de fazer mala de novo, mas amanhã é dia de, finalmente, se sentir instalado de verdade. em casa. :D
ps. o restaurante, é super legal. muito curioso, super antigo, com garçons e cardápios super antigos tb. :) clima bom, preço honesto...enfim, divertido. vale super a pena.
Libellés : eba
eu disse que gosto de mapas...
já reparou que o mapa de paris é um escargot? pois é, surreal, mas os caras organizaram a cidade em um caracol. definiram e nomearam (numeraram, na verdade) os bairros do centro pra fora, em uma espiral. e é perfeitinho. depois que vc entende, fica muito fácil se localizar por aqui.
eles tb dividem a cidade entre rive droite e rive gauche, o lado direito e esquerdo do rio. olhando o mapa aí do lado, rive droite é a parte de cima. onde ficam o louvre, a champs-elysée, montmatre (o bairro da amélie poulain e da eva..hihih), o bairro africano lá em cima, o marais que é o pedaço equivalente aos jardins de sp, o parc de la vilette, o canal st. martin, a bastille. do outro lado, ficam as universidades, o jardim de luxemburgo, st. germain que é o pedaço equivalente ao shopping iguatemi de sp, a torre eiffel, o bairro vietinamita, a maior concentração de cinemas e livrarias da cidade.
mas ainda tem mais um jeito de entender paris, que é dividir o caracol em esquerda e direita, mas com uma linha vertical, não pelo rio. não é tão preciso, mas assim é possível ter do lado esquerdo a parte pomada, e do direito, a parte mais descoladinha, mundrunguinha. :)
isso quer dizer que as baladinhas mais a nossa cara ficam no 18, 19, 10, 11 e 13 (os botecos, os restaurantes bons e baratos, as lojas mais legais e acessíveis). e a alta pomadagem parisiense fica no 8, 7 e 16 (as lojas de alta costura, os apês com vista pra torre, os hotéis mega).
o marais, que é o nome que se dá pro 3 e pro 4, e fica bem no meio dessa divisão, é uma boa mistura dessas duas paris (lojas caras, mas restaus legais)...e eu adoro andar por lá. :)
Libellés : lost in translation
tive dois brinquedos que marcaram a minha infância: uma casinha de bonecas (para as minhas fofoletes!) que a minha mãe fez, com capricho e amor que só ela tem; e o outro, um mapa-mundi que trazia informações sobre a moeda, religião, e população de cada país do mundo. esse último, era tb o brinquedo preferido do meu pai, hihihi. é sem dúvida por influência dele, que eu adoro mapas. adoro! desde pequena.
e por isso, vibrei quando descobri que o guia de ruas de paris cabe no bolso!
sabe aquele guia super detalhado com todas as ruas de sp, gordão, que só dá pra ter no carro, e que sempre fecha pq é muito pesadão e vc acaba perdendo a página? pois é, o equivalente de paris é micro, leve e tem uma cara meio vintage. fino! :)
afinal, é uma cidade com proporções bem pequenas, apenas 20 bairros, 12 km de comprimento no seu eixo mais largo e a rua mais longa tem 2,8 km!
é de longe a melhor compra que fiz até agora e o meu brinquedo preferido do momento. ando com ele o tempo todo, e me sinto super poderosa. posso achar qualquer cantinho da cidade com ele! em segundos!
Libellés : amo
uma das tardes mais gostosas da minha vida foi passada nos jardins do castelo de versailles, no comecinho do mês. foi um dos raros dias de sol (parece que o verão não veio pra cá esse ano), mas com temperatura amena, tipo regata e casaquinho levinho. céu azul com nuvens gordas, o meu preferido.
é engraçado pq o castelo, imenso, fica hoje bem no meio da cidade de versailles (30 minutos de paris). pra dar uma idéia, tem um semáforo de três fases bem na frente do portão. mas uma vez lá dentro, não há sinal de século 21 (nem 20, nem 19...hihihi), a não ser pelas máquinas fotográficas e ipods.
o plano não era entrar (as filas são enooormes em julho), mas passar a tarde no jardim à la maria antonieta. e assim fizemos. e foi incrível.
bom, primeiro, se o castelo é imenso, o jardim é colossal! jamais podia ter imaginado que era tão grande. e é lindo, maravilhoso. um desenho, e tem milhares de cantinhos especiais, de detalhes, de caprichos. e, nesse época do ano, está inteiro florido. fiquei pensando que só aquele jardim já era motivo suficiente pra se fazer a revolução, imagine o povo com fome e a galera fazendo arbusto em forma de bolinha...
ali, num desses pedacinhos especiais, encontramos o hameau de la reine, que é aquele refúgio que a maria antonieta mandou construir pra ela e para os filhos, com o intuito de viver uma vida "mais natural" (quem viu o filme sabe!). é um conjunto de casinhas lindas estilo "conto de fadas" construidas na beira de um lago, onde funcionava uma espécie de fazendinha. lá, além de brincar de camponesa, ela podia se esconder dos olhares da corte francesa.
é interessante, pq o hameau é, na verdade bem perto do castelo, mas, é completamente diferente de lá. as casas são simples, os jardins não são simétricos, os caminhos não são determinados. é aconchegante e não suntuoso. feito pra fugir. ui! devia ser duro dar conta de ser rainha da frança.
a nossa tarde, pelo contrário, foi só coisa boa. andamos muito, alugamos umas bikes (é muito divertido andar de um lado do lago e ver que o outro lado, lá longe, é exatamente igual...tipo um espelho!), fizemos picnic sentados na grama, brincamos um monte. delícia.
fiquei com vontade de voltar lá nas outras estações do ano. pra ver como ele vai mudando.
acho que umas das coisas mais especiais da experiência de viver em outro país é conseguir manter um olhar de viajante, mesmo tendo uma rotina. como tudo é muito novo, os sentidos e as curiosidades permanecem aguçados como se sempre fosse férias. e fico pensando que quando a gente está assim, nesse estado de "atenção", conseguimos estar mais presentes. sem ficar muito especulando sobre o futuro, ou minhocando teorias malucas do "e se fosse de outro jeito....".
hummm...tudo bem que eu ainda estou meio de férias, né? fica fácil. não sei se o tuba pensa a mesma coisa. :)
Libellés : amo
a prefeitura de paris lançou na semana passada um programa chamado velib (vélo + liberté), que é simplesmente incrível.
são cerca de 10.000 bicicletas públicas disponíveis em sei lá quantos estacionamentos por toda a cidade. o objetivo é incentivar o uso da bike como transporte público mesmo, para ir pro trabalho, no super, pra escola, pro cinema. vc pode fazer um cartão anual que custa 29 euros, ou pagar só por um dia ou uma semana (1 e 5 euros respectivamente), opção mais interessante para quem está só de passagem.
enfim, é um sucesso! a cidade inteira está andando de bike!!!
hoje, nos juntamos aos turistas e parisienses e voltamos para casa de velib, após uma visita ao pompidou (maravilhoso!). eram umas nove e meia da noite, começava a anoitecer, temperatura perfeita de 23 graus, predinhos velhinhos, ruazinhas lindas, maior lua no céu....
domingão vidaboa.
tenho preferido me locomover de ônibus por aqui. por uma questão de claustrofobia (me sinto dentro de uma caixinha no mêtro :S) mas tb pq a graça do ônibus é poder ver a cidade. vou sentadinha, com o meu "plan de paris" na mão, acompanhando o caminho, descobrindo como se juntam os mapas, vendo os restaurantes que ficam cheios, as ruas mais simpáticas. é bem divertido.
outro dia fui pegar o ônibus aqui perto de casa, e no ponto tinham duas meninas de mais ou menos uns 9 anos. negras, cabelos com trancinhas na maior ferveção, cantando alto um rap francês. causando. pq aqui na rua todo mundo é muito discreto, cada um cuidando da sua vida (fora os artistas de rua e os maluquinhos). achei engraçado, fui chegando devagar, dei uma risadinha. elas pararam de cantar, fiquei com a impressão que fecharam a cara. daí a mais gordinha me chamou, falando alto, mas no maior respeito: "madame!". eu olhei e ela soltou um: "vous êtes belle." bonitinha demais!!
na sequência, antes mesmo de eu poder agradecer o elogio, elas começaram a cantar alguma coisa parecida com um funk carioca. :)
Libellés : lost in translation
ctrlc+ctrlv (com edição) de um email que mandei para uma pessoa muito querida sobre as primeiras impressões daqui:
a cidade é uma loucura!! a primeira impressão que tive quando passamos uma semana aqui, no já longíquo mês de junho, foi bem punk. tremi. achei muito suja, com muita pomba, muita gente, o metro super baixo astral. dei chilique, chorei. um horror. daí vieram as férias (alemanha + inglaterra), tempo pra trabalhar um tantão a cabeça, e conseguir voltar com o coração mais aberto.
e daí que as primeiras impressões estavam certas mesmo...mas tudo bem!!! é uma questão de saber pesar as coisas... como tudo na vida.
a cidade é tudo isso, mas tb é linda. a impressão é que sempre houve uma preocupação estética na construção do espaço urbano, então tem um monte de prédios lindos, parques, praças, cantinhos... é só vc se distrair que encontra um lance muito legal.
o rio é a minha paixão. adoro estar perto dele, ver os monumentos ao largo dele (o louvre, o musee d'orsay, a torre, a notre dame, o grand palais...fica tudo na beira do rio!) e as pontes são incríveis!!!
adoro tb a onda das construções modernas no meio da cidade que é super velha. o prédio do centre pompidou é surreal, com todas as tubulações (água, ar condicionado, luz, etc) expostas, tem um outro museu, o das artes africanas, que a fachada é um jardim vertical. lindo demais.
tem um monte de gente, muito turista barulhento. mas é julho, né? mas qdo vc tá no clima, pode ser um ótimo exercício de antropologia barata ficar vendo os americanos fazendo fila pra comer no subway (a comida é verdadeiramente incrível aqui), os italianos furando fila (como são mal educados!), os brasileiros falando alto, os japas tirando o maior número de fotos possíveis, e a impressão nítida de que os chineses estão tomando conta do mundo.
e daí tem a paris lado b, da qual nunca ninguém me falou. que é a paris dos imigrantes. é morar na europa e de quebra um pouco na áfrica, no oriente médio (pensa bem, é tão pertinho!!!). é a coisa mais normal do mundo ter no seu vagão do metro uma ou duas negras com aquelas rouponas tradicionais africanas, coloridonas, com turbante na cabeça, e também um senhorzinho mulçumano com aquelas rouponas brancas e aquele chapeuzinho, ou também um turbante só que bem diferente do delas. super normal, coisa de todo dia. e ainda tem os maluquinhos (aqui não tem hospicio, então os maluquinhos ficam malucando pela rua), os desempregados franceses que ficam à toa na rua (os top folgados chatos esquisitos). nada mais 2007, mundo explodindo de diferenças (essa foi a giu que ensinou!). tô aprendendo a gostar de estar no meio disso tudo.
só ainda não consigo gostar das pombas.
Libellés : lost in translation
O chapéu mexicano é meu briquedo preferido na categoria "parque de diversões", adoro a sensação de estar voando sentada! perninhas balançando, vento no rosto, sempre um mesmo ritmo, sem sustos ou movimentos bruscos. Enfim, hoje estava um dia muito bonito, céu azul, sol, mas não muito calor, resolvi perambular pela cidade e... dei de cara um chapéu mexicano!!! No Jardin des Tuileries, um jardim enorme que fica na frente do Louvre. Surreal!
E lá fui eu... hihihih... maior delícia do mundo: céu azul, torre eiffel, jardim, louvre, pirâmide, jardim, rio sena, museu d'orsay, invalides, céu azul, torre eiffel, jardim, louvre, pirâmide, jardim, rio sena, museu d'orsay, invalides, céu azul, torre eiffel, jardim, louvre, pirâmide, jardim, rio sena, museu d'orsay, invalides, torre eiffel, jardim, louvre, pirâmide, jardim, rio sena, museu d'orsay, invalides, céu azul, torre eiffel, jardim, louvre, pirâmide, jardim, rio sena, museu d'orsay, invalides... :D